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Há 40 anos atrás o MEC e o MME publicaram através da Editora Bloch, um conjunto de livretos sobre alguns assuntos e um deles, escrito por Abrahão Fainzilber, trata sobre a Energia Hidrelétrica. Esta publicação traz vários fatos históricos e pitorescos sobre o pioneirismo do Brasil nesta área, que compartilho com vocês a seguir.

O Imperador Pedro II era um entusiasta das ciências e inovações e foi responsável por o Brasil sair na frente na utilização da eletricidade na América do Sul, seja na iluminação de equipamentos públicos ou de propriedades particulares.

Em 1879 D. Pedro II inaugurou a iluminação da Estação da Corte, (Estação D. Pedro II da Estrada de Ferro Central do Brasil), com seis lâmpadas tipo Jablochkoff (lâmpadas a arco elétrico), que foi um marco na utilização da eletricidade gerada por conversão mecânica. Assim o Brasil só estava nas américas atrás dos Estados Unidos, onde Thomas Edison nesse mesmo ano havia construído uma usina para atender a cidade de Nova York.

Um dos casos mais interessantes ocorreu na Escola de Minas e Metalurgia de Ouro Preto, onde em 1881 o seu diretor Claude Henry Gorceix, acendeu uma lâmpada durante a visita do Imperador Pedro II, utilizando como energia primária para movimentar o dínamo, a força dos presos da cadeia local que foram liberados atendendo a sua solicitação e propósito.

Em Julho desse mesmo ano, para um serviço noturno de calçamento do Jardim do Campo da Aclimação (Praça da República no Rio de Janeiro), foram instaladas por ordem do Governo Imperial 16 lâmpadas do mesmo tipo citado anteriormente.

Já em Dezembro de 1881, para a Exposição Industrial foram instaladas 60 lâmpadas da Edison Electric CO, no prédio do Ministério da Viação no Largo do Paço (Praça 15 de Novembro) alimentadas pela energia um dínamo de 10CV. Consta dos registros históricos que a inauguração se deu quando, D. Pedro II “calcando um botão elétrico” iluminou o edifício do evento.

Apesar das principais iniciativas de iluminação pública com emprego da eletricidade descritas acima terem ocorrido no Rio de Janeiro, a cidade de Campos-RJ foi a pioneira na América do Sul, iniciando esse serviço público em 1883. Uma usina termelétrica com três dínamos de 52kW, supriam energia para 39 lâmpadas de 2.000 velas que teve sua inauguração também com a presença do Imperador Pedro II.

Nos anos seguintes, outras cidades como Rio Claro-SP em 1884 a empresa Real & Portela instalou 10 lâmpadas a arco voltaico de 2.000 velas, e em 1887 Porto Alegre-RS teve o serviço de iluminação pública permanente através de uma termelétrica de 160kW da Cia. Fiat Lux.

Aguardem novas publicações desse Blog, com mais curiosidades históricas da eletricidade no Brasil.