O artigo anterior definiu Taxa de Falha de acordo com normas e a literatura de confiabilidade, e apresentou sua aplicação, inclusive a famosa Curva da Banheira.
Mas nem todos os equipamentos têm o comportamento das suas falhas ao longo da vida operacional, conforme a Curva da Banheira. Então segundo John Moubray no seu livro RCM II, estudos realizados com a aeronáutica civil revelaram seis padrões de falhas que estão representados pelas curvas, como mostra a figura a seguir.
Cada padrão de falha tem suas especificidades e representa como as falhas se comportam com o tempo de operação dos equipamentos, que se destaca na sequência.
Padrão A – esse padrão é a própria Curva da Banheira, de que se tratou anteriormente;
Padrão B – Taxa de Falha praticamente constante ou com baixo crescimento e final de vida caracteriza-se por desgaste;
Padrão C – Taxa de Falha levemente crescente com o tempo, mas sem apresentar características de desgaste acentuada;
Padrão D – Taxa de Falha baixa e crescente quando o equipamento é novo ou recém recuperado, atingindo um patamar estável e constante;
Padrão E – Taxa de Falha constante ao longo da vida operacional, caracterizando-se por falhas aleatórias;
Padrão F – Taxa de Falha elevada na fase inicial, ou seja, alta mortalidade infantil, estabilizando-se em valores menores constantes ou com pequeno aumento.
Observa-se que nos estudos citados por Moubray, os padrões que mais se repetiram foram o “E” e “F”, com respectivamente 14% e 68%. Apenas 11% dos equipamentos têm seus comportamentos de falha conforme os três primeiros padrões (falhas relacionadas a idade), ou seja, a grande maioria dos ativos se comportam como os padrões “D”, “E” e “F” (falhas não dependentes da idade). Além do estudo citado por Moubray (UAL – United Air Lines), outras pesquisas realizadas com aeronaves (Broberg) e embarcações da marinha americana (MSDP E SSMD), trazem resultados semelhantes, como podem ser comparados na tabela abaixo.
Sabe-se que não se pode aplicar diretamente esses resultados para os equipamentos industriais, uma vez que as pesquisas foram realizadas com equipamentos aeronáuticos e navais, mas à medida os equipamentos da indústria se tornam mais tecnológicos, então mais complexos, mais padrões de falhas “E” e “F” vão ocorrer no ambiente industrial.
Conhecer como os equipamentos falham ao longo da vida operacional, é fundamental para definição das estratégias de manutenção, das técnicas e das atividades a serem especificadas quando da elaboração de planos de manutenção.