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Como bem divulgado pela imprensa nacional e internacional, ocorreu uma implosão com o submersível Titan, que fazia uma expedição para levar cinco pessoas até os destroços do Titanic, resultando na morte de todos a bordo.

O Titanic afundou em 1912, no oceano atlântico e está a uma profundidade de cerca de 3.800m, então sob uma altíssima pressão!!!

A pergunta que esse acidente nos sugere é: foi uma fatalidade ou negligência?!

Para responder essa pergunta, sem ter tantos dados sobre o evento, além dos publicado na mídia, precisa-se responder antes uma série de questões, como:

– O projeto seguiu os critérios de Engenharia (cálculos, protocolos de segurança, normas, etc.)?

– Foram realizadas análises de risco e eliminadas as causas potenciais de falhas ou adotadas soluções mitigadoras?

– A construção do submarino seguiu o projeto?

– Os materiais e componentes estavam apropriados e certificados para a aplicação?

– Após o veículo pronto, foram realizados ensaios?

– A manutenção estava sendo cumprida?

– Testes periódicos eram realizados?

Bem, a lista de perguntas não para por aqui, mas para o intuito desse artigo, vamos nos deter a ela.

Nas áreas aeroespacial, nuclear, naval, oil & gas, elétrica, química, industrial em geral, etc., é imperativo a adoção de metodologias de análises de risco de forma que os projetos e as operações ocorram normalmente em segurança.

Relatos que circulam na impressa, dão conta de que a janela frontal do submersível era certifica para apenas a pressão da profundidade de 1.300m e que o projeto do Titan teve como premissas básicas, ser um equipamento leve e de baixo custo. Haja visto a utilização de joystick de videogame em detrimento a equipamentos de controle profissionais e confiáveis.

Por outro lado, um alto funcionário da empresa OceanGate, proprietária do Titan, foi demitido em 2018 por levantar pontos inseguros na embarcação.

Especialistas questionam o formato cilíndrico do Titan (porque não esférico que distribui melhor os esforços) e também o emprego de fibra de carbono, que apesar de ser altamente resistente é de difícil verificação da condição da resistência mecânica após em uso.

Entidades ligadas a área naval, comentam sobre as estruturas de Titânio e uso de peças (parafusos, porcas, etc.) de outro metal, que quando em contato entre si e submetidos a água do mar ou atmosfera marítima, sofrem com a corrosão galvânica.

O Titan já havia realizados outras explorações nas imediações do Titanic, que por um lado pode denotar que era resistente a aquela pressão. Em contrapartida, sugere que o material do casco possa ter sofrido fadiga devido as repetidas missões, formando pontos fragilizados (microfissuras, micro trincas, etc.) de difícil detecção e que podem ter sido os responsáveis pela implosão.

O que se depreende dessa reflexão é que nas atividades de alto risco não há chance para improvisações, negligências nem gambiarras, pois essas atitudes são gatilhos para eventos catastróficos.

Então, com as informações disponíveis pode-se concluir que se tratava de uma tragédia anunciada.

Deve-se então aprender com os erros e aplicar esse aprendizado nas atividades em que lideramos ou podemos influenciar, pois sempre existem pontos de melhoria em buscar da excelência em segurança.