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A missão da Manutenção é evitar as falhas dos equipamentos e/ou mitigar os seus efeitos. Mas as falhas sempre vão ocorrer, mesmo que sejam com menor frequência e que causem o mínimo de consequências.

Uma vez que as falhas não são totalmente evitáveis, deve-se tirar proveito da ocorrência delas, registrando-as de forma apropriada, formando o Histórico de Manutenção e fazendo estatísticas dos eventos de falhas.

Como se tratou no artigo “Tópicos de Manutenção X” e ao longo dessa série de postagens, os KPIs, por exemplo, MTBF, MTTR, Disponibilidade, Taxa de Falha, etc., quando analisados de maneira adequada, fornecem informações valiosas para tomada de decisões pelos gestores de manutenção.

Estatísticas de Falhas

As empresas que investem na análise de dados através de algoritmos estatísticos, têm logrado êxito direcionando seus recursos limitados de manutenção, para os pontos vulneráveis identificados por essas metodologias.

Quando ainda não se tem dados da própria planta industrial, ou de determinado equipamento ou famílias de equipamentos, um recurso importante é recorrer a banco de dados de confiabilidade, geralmente pagos, ou dados fornecidos por fabricantes ou artigos técnicas disponíveis na Internet (fontes confiáveis).

Os gráficos a seguir trazem estatísticas de falhas de Motores Elétricos de Indução  (MEIs) resultados de surveys realizados por duas entidades internacionalmente renomadas, IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers e EPRI  Electric Power Research Institute, e com resultados bem semelhantes, de onde se pode concluir, que são informações confiáveis.

Como os gráficos demonstram, as partes dos Motores Elétricos de Indução mais susceptíveis a falhas, são:

  • Mancais com 41% em ambos os estudos;
  • Bobinados com média de 36,5%;

Então, uma pergunta é inevitável: qual deve ser a estratégia de Manutenção para Motores Elétricos de Indução?

A resposta é fácil: devem ser atividades que avaliem a condição desses componentes com maior probabilidade de falhar.

Não que as outras partes dos motores sejam relevadas a planos inferiores, pois a depender da criticidade desses motores, uma falha em componentes menos susceptíveis à falha pode causar indisponibilidade com consequências indesejáveis.

Outro exemplo mostrado na figura abaixo, é a distribuição de falhas em Transformadores de Força Secos, reportado pelo U.S. Department of Energy (U.S. DOE), que se concentram:

  • No sistema de refrigeração – 47%;
  • Na isolação dos bobinados – 28%;

O sistema de refrigeração tem papel fundamental na vida desse tipo de equipamento, controlando a temperatura e consequentemente evitando o acúmulo de umidade na parte ativa e a degradação dos materiais isolantes.

Assim, o Plano de Manutenção deve eleger tarefas com objetivo de se antecipar aos processos de falhas das partes em destaque, pois a indisponibilidade desses equipamentos, em geral causaram grandes impactos na disponibilidade da planta onde operam.

Da explanação feita ao longo desse artigo, pode-se concluir que as Estatísticas de Falha são ferramentas de grande relevância para a Engenharia de Manutenção, durante a elaboração dos Planos de Manutenção, como também na Revisão Periódica deles.