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Na postagem anterior, tratamos sobre a Importância das Estatísticas de Falha, mas para contextualizar melhor, nesse artigo descreveremos mais sobre falhas.

A ABNT NBR 5462-1994 define falha, da seguinte forma: Término da capacidade de um item desempenhar a função requerida.

 Essa mesma norma trás outros conceitos correlatos que são interessantes de inserir aqui, como:

Defeito – Qualquer desvio de uma característica de um item em relação aos seus requisitos.

Pane РEstado de um item caracterizado pela incapacidade de desempenhar uma fun̤̣o requerida, excluindo a incapacidade durante a manuten̤̣o preventiva ou outras a̵̤es planejadas, ou pela falta de recursos externos.

As normas internacionais e a literatura técnica sobre confiabilidade e consequentemente sobre falhas, fazem referências a Modos de Falha, enquanto a ABNT NBR 5462-1994, trata como Modo de Pane, e define como: Um dos possíveis estados de um item em pane. Na mesma linha descreve FMEA, como sendo: Análise dos Modos de Pane e seus Efeitos.

Contudo, nesse artigo será utilizado o termo Modo de Falha, por ser o mais usual internacionalmente.

A figura a seguir extraída da IEEE std 500-1984, retrata através de um exemplo de o sistema de bombeamento de água, as relações ente Causa, Modo e Efeito da Falha, que tem:

  • O Modo de Falha, como elemento central;
  • A Causa Imediata;
  • As Causes Contribuintes;
  • A Causa Raiz;
  • O Efeito ou Consequência da Falha.

Esse artigo tem por objetivo ir mais a fundo nos Modos de Falha.

Uma definição simples mas que bem caracteriza Modo de Falha: é a forma ou meio como uma falha de um sistema, equipamento ou componente se apresenta. Por outro lado, também pode-se dizer que é a forma com que um observador identifica uma falha.

Por exemplo, o operador que passando pela área do sistema de bombeamento de água do exemplo da figura anterior, identifica a bomba não está bombeado o fluido. Qual o modo de falha encontrado e que deve ser registrado na abertura da solicitação de serviço para manutenção? Sem Saída (No Output), seria a resposta direta.

Da mesma forma, qualquer motorista ao tentar sair com um carro, e o mesmo não liga ao ser dada a partida com a chave. O modo de falha nesse caso seria: não funciona ao ser demandado.

Então, é assim que os Modos de Falha são escritos na literatura técnica, para que se tenha uma padronização e se possa comparar dados de falha entre empresas, bancos de dados de confiabilidade, etc..

Usar padrões de Modos de Falha através das bibliotecas de falha dos CMMS – Computerized Maintenance Management System é fundamental para se registrar as falhas, seguindo um mesmo critério e assim se tornar menos independente do profissional que as registrem.

Conhecer os Modos de Falha dos equipamentos é essencial na elaboração de FMEA – Failure Modes and Effects Analysis, ferramental muito utilizada no desenvolvimento de Planos de Manutenção e também em projetos de RCM – Reliability Centered Maintenance.

Exemplos de Modos de Falha comuns definidos na literatura técnica de manutenção e confiabilidade:

Equipamento: Válvula de Emergência

Fonte dos Dados: OREDA Offshore & Onshore Reliability Data

  • External leakage (vazamento externo);
  • Fail to close on demand (falha para fechar sob demanda);
  • Fail to open on demand (falha para abir sob demanda);
  • Internal leakage (vazamento interno);
  • Spurious Operation (operações espúrias);

Equipamento: Disjuntor de AT

Fonte dos Dados: EPRI Electric Power Research Institute

  • Fails to carry load (falha na condução da carga);
  • Fails to close (falha para fechar);
  • Fails to interrupt (falha para interromper);
  • Fails to open (falha para abrir);
  • Fails to provide insulation level (falha em manter o nível de isolação);

Equipamento: Bomba Centrífuga

Fonte dos Dados: IEEE Std 500

  • Fails while running (falha operando);
  • Fails to start (falha para partir);
  • Out of specification (fora de especificação);

Equipamento:  Indicador de Nível

Fonte dos Dados: EPRI Electric Power Research Institute

  • External leak (vazamento externo);
  • Incorrect indication (indicação incorreta);
  • No output (sem saída ou sem indicação);

A ISO 14224-2016 no seu Anexo B, traz uma série de tabelas com Modos de Falha padronizados por equipamentos e a Tabela 15 (Table B.15 — Overview — Failure modes) apresenta uma lista genérica bem completa de Modos de Falha normatizados.