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Em 28 de Junho se comemora o Dia Internacional de Segurança Contra Raios, mas esse ano esqueci de publicar algo interessante sobre esse tema, então mesmo atrasado vamos lá.

A literatura disponível na Internet, conta que um guarda florestal americano do estado da Virginia, chamado Roy Sullivan, foi atingido nada menos do que sete vezes por raios. O guarda e a sua impressionante sorte ou azar ficaram marcados na história, desafiando todas as probabilidades e se tornando uma verdadeira lenda.

Um breve resumo da Sequência de Eventos que tornaram Sullivan tão famoso:

1o – Ocorreu em abril de 1942, quando ele tinha 30 anos. Sullivan se protegia de uma tempestade numa torre de vigilância de incêndio sem para-raios, no parque onde trabalhava. Ele teve queimadura ao longo da perna direita, no dedo do pé e a descarga deixou um buraco no seu sapato;

2o – Foi atingido novamente em julho de 1969, enquanto estava dirigindo seu caminhão em uma estrada montanhosa. O raio atingiu as árvores próximas e foi desviado para a janela aberta do caminhão. Sullivan ficou inconsciente, queimou as sobrancelhas, os cílios e os cabelos;

3o –  Em julho de 1970, Sullivan foi atingido enquanto cuidava do jardim em frente ao trailer onde morava com sua esposa. O raio atingiu um transformador da rede elétrica próxima e a partir daí saltou para o ombro esquerdo, queimando-o;

4o –  Na primavera de 1972, Sullivan estava trabalhando dentro de uma estação de guarda florestal no Parque Nacional de Shenandoah, quando foi atingido novamente e incendiou seus cabelos;

5o –   Em 7 de agosto de 1973, foi atingido enquanto ele estava em patrulha no parque, após deixar seu caminhão, onde esperava uma nuvem de tempestade se dissipar;

6o –  Em 5 de junho de 1976, relatou que viu uma nuvem, pensou que estava seguindo-o, tentou fugir, mas foi atingido de qualquer maneira e seu cabelo pegou fogo;

7o – Em 25 de junho de 1977, Sullivan estava pescando num lago, quando foi atingido por um raio que incendiou os cabelos, queimou o peito e o estômago;

Mesmo tendo sobrevivido a todos esses incidentes com raios, Sullivan morreu em 1983, após atirar contra a própria cabeça, em consequência de uma depressão severa.

Ficou conhecido por um apelido inusitado de O Homem Para-raios, e também  foi reconhecido pela instituição Guinness World Records como maior sobrevivente de raios de todos os tempos. Seus antigos colegas de trabalho do parque, contavam que ele usava um chapéu com furos, testemunho de um desses raios que o atingiram e também que ele tinha um relógio preto, devido a carbonização por outro raio.

Sullivan e seu chapéu furado pelo raio

A probabilidade de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio é em média de 1 em 1 milhão, mas a depender da exposição durante as tempestades e da incidência desses fenômenos na região, o valor pode crescer para 1 em dez mil. Contudo a probabilidade de ser atingido sete vezes é da ordem de (1:10.000)7, ou seja, 1:1028, que torna mais fenomenal o caso desse homem.

Segundo Wikipedia, a região onde ocorreram os raios do caso Sullivan, é bastante propensa a esse tipo de atividade atmosférica, como mostram os dados a seguir:

  • Média de Tempestade (por ano) – de 35 a 45;
  • Período do Ano – junho, julho e agosto;
  • Mortes (1959 e 2000) – 58 pessoas;
  • Feridos (1959 e 2000) – 238 pessoas;

Nos Estados Unidos, 3.239 pessoas foram mortas e 13.057 ficaram feridas por raios no mesmo período citado acima. A maioria deles era do sexo masculino entre 20 e 40 anos e foram apanhados por raios ao ar livre.

De forma geral, os acidentes não são causados pelo atingimento direto de raios, mas por descargas secundárias e/ou por efeitos decorrentes das descargas próximas, como: elevação do potencial do solo, queda de cabos da rede elétrica, incêndios, explosões ou por partes de estruturas que atingem e machucam as pessoas.

Pelos relatos desse caso que verificamos na nossa pesquisa, podemos concluir que nenhum dos sete eventos com raios que Sullivan foi envolvido, o atingiram diretamente e que as sequelas que ele sofreu, devem ter sido devido a descargas secundárias, minimizadas pela grande possibilidade de suas roupas estarem úmidas, razão dele ter sobrevivido a todos elas.

Considerando que os fatos se sobrepõem as estatísticas, como na incrível história de Sullivan, então se tratando de descargas atmosféricas, não devemos contar com a sorte e o melhor recurso é a prevenção.

Aí vão algumas recomendações básicas, quando da eminência ou na ocorrência de tempestades:

  • Evitar trabalho em campo aberto;
  • Não utilizar áreas abertas (parques, estacionamentos abertos, piscina, praias, campos de futebol ou golfe, quadras, topo de edificações, etc.);
  • Evitar a proximidade a cercas de metálicas, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;
  • Não trafegar por estradas em motocicletas, bicicletas ou a cavalo;
  • Não se abrigar para se proteger da chuva, embaixo de árvores;
  • Não utilizar equipamentos conectados à rede elétrica (telefone com fio ou celular);
  • Não empinar pipas e aeromodelos com fio;
  • Evitar toque em estruturas metálicas (postes, esquadrias, tubulações, etc.);
  • Procurar abrigar-se em locais seguros (carros não conversíveis, ônibus, moradias ou prédios com proteção contra raios, abrigos subterrâneos como metrôs ou túneis);
  • Caso não encontre um abrigo seguro próximo, ajoelhe-se e curve-se para frente, colocando suas mãos nos joelhos e sua cabeça entre eles, nunca se deite.